Esperar uma resposta pode ser angustiante. Para muitos, é apenas uma questão de paciência. Para mim, é um turbilhão interno, uma luta entre a necessidade de resposta imediata e a dificuldade de lidar com o silêncio.
Quando faço uma pergunta, minha mente já começa a construir possibilidades, cenários, hipóteses. Se a resposta não vem logo, minha cabeça não desacelera—pelo contrário, acelera. Eu começo a me perguntar se fui claro, se falei demais, se fiz algo errado. E, ao mesmo tempo que quero esperar, sinto a necessidade de ir atrás. Só que buscar a resposta também pode ser desgastante.
Perguntar de novo pode parecer insistência. Mandar outra mensagem pode parecer uma cobrança. Mas, para mim, não é sobre impaciência. É sobre precisar fechar ciclos, entender o que vem depois, organizar meus pensamentos. O silêncio deixa tudo em aberto, e isso me esgota.
É uma luta interna: respeito o tempo do outro ou busco o que preciso para aliviar minha mente? Muitas vezes, fico paralisado entre essas opções. Outras vezes, escolho uma e depois me arrependo. Sei que nem sempre as respostas chegam na hora que eu quero, mas isso não diminui a angústia de esperar.
Esperar uma resposta pode ser como ficar parado num corredor escuro, sem saber se alguém vai acender a luz ou se eu mesmo tenho que procurar o interruptor. Para muitas pessoas, talvez isso seja só mais uma parte do dia a dia. Mas para mim, é um tipo de sofrimento silencioso que mistura ansiedade, insegurança e exaustão mental.
Eu tento. Tento ser paciente. Respeitar o tempo do outro. Mas, dentro de mim, o tempo passa diferente. Enquanto alguém diz “te respondo depois”, meu cérebro começa uma contagem regressiva. E cada segundo que passa sem resposta é como um eco gritando dentro da minha cabeça: Será que fui claro? Será que fui chato? Será que me ignoraram? Será que estou sendo injusto por querer uma resposta agora?
E então vem o impulso. A necessidade quase física de ir atrás da resposta. De perguntar de novo. De buscar sinais, pistas, algo que me alivie dessa tensão. Mas aí, muitas vezes, sou visto como insistente, impaciente, ou até controlador. Isso dói. Porque, na verdade, eu só estou tentando me acalmar. Estou tentando sobreviver ao vácuo do “não saber”.
Não é sobre impaciência. É sobre precisar de previsibilidade. De sentir que tenho algum controle sobre o que está acontecendo. E ao mesmo tempo, é um conflito constante: eu sei que preciso dar espaço, mas o espaço demais vira desamparo.
É como andar numa corda bamba entre respeitar o outro e cuidar de mim. Entre esperar e agir. E às vezes, não sei onde estou caindo — se estou sendo compreensivo demais a ponto de me machucar, ou se estou sendo invasivo sem querer.
Eu não quero ser um peso. Mas também não quero viver nesse limbo de incerteza. O que eu mais desejo é que as pessoas entendam que, pra mim, uma resposta não é só uma formalidade. É um respiro. Uma âncora. Uma forma de existir em paz, mesmo que por alguns instantes.
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1 comentário
É Deygler, sei exatamente como é isso!
Muitas vezes me encontro nesta situação… o autoconhecimento nos ajuda muito, mas não é nada fácil!
Sei que muitas pessoas passam por algo semelhante, porém pra quem tem TDHI ou TEA, o fardo fica muito mais pesado!